ALLAN KARDEC
Nome: Denizard Hippolyte Léon Rivail.
Nascimento: 03 de outubro de 1804.
Na cidade de Lião na França.
Pais: Jean Baptiste Antoine Rivail, Juiz e magistrado e Jeanne Duhamel.
Casou-se com Amélie Gabrielle Boudet no dia 06 de fevereiro de 1832.
Desencarnou aos 31 de Março de 1869.


Provinha de família ilustre que há muito exercia a advocacia e a magistratura. Distinguiam- se na sociedade pelo talento e escrupulosa probidade. Era de se esperar que o pequeno Denizard seguisse a mesma carreira, mas isso não aconteceu, desde pequeno sentiu-se atraído para as ciências e filosofia.
Começou seus estudos em Lião e aos 10 anos de idade seus pais o enviaram a Yverdun (Suíça) para continuar seus estudos com Pestallozzi, mestre muito probo e que já adquirira fama em toda a Europa. Aí se formou com louvor em Ciências e letras e em muitas ocasiões substituiu seu mestre quando esse se ausentava por qualquer motivo.

Falava com perfeição o Inglês, alemão, italiano, holandês e espanhol.
Após terminar seus estudos retornou à França e fundou em sociedade com seu tio por
parte de mãe um Instituto Educacional seguindo as mesmas linhas do instituto de Pestallozzi.
Ele entrava com o trabalho e seu tio com o dinheiro.
Nessa época encontrou sua fiel esposa Amélie Gabrielle Boudet, que o acompanharia por toda a vida, sendo-lhe devotada companheira em todas as áreas que ele se propôs a trilhar.
Encerramento das atividades do seu instituto. Seu tio era dado a jogatina vindo a perder tudo o que tinha, levando o sobrinho à ruína. O Sr. Denizard pediu a liquidação do instituto. Feita a partilha coube a cada um 45.000 francos. Essa quantia foi investida com um dos seus amigos íntimos, que fez mau negócio vindo a perder tudo.
Denizard juntamente com sua esposa não desanimaram, puseram-se corajosamente ao trabalho. Começou a trabalhar com contabilidade durante o dia e à noite escrevia livros de gramática e aritmética para ensino superior. Fazia tradução de obras inglesas e alemãs. Em sua residência ainda organizou vários cursos gratuitos de química, física astronomia e anatomia.
Primeiro livro didático foi um prospecto intitulado: Curso Prático e Teórico de Aritmética.
Vários de seus livros foram adotados nas universidades francesas. Tinha um nome conhecido e respeitado e merecidamente pelo fruto do seu trabalho, já gozava de relativa tranqüilidade financeira. Sempre foi responsável, criterioso, analista sério e por isso
mesmo suas obras eram requisitadas. Já estudava com afinco o magnetismo e conhecia com profundidade anatomia e fisiologia.
A primeira vez que ouviu falar sobre os fenômenos das mesas girantes e falantes Em 1854 foi que o Senhor Rivail ouviu pela primeira vez sobre as mesas girantes pelo Senhor Fortier, magnetizador, com que estabelecera relações em virtude dos estudos
sobre o magnetismo. Um dia o senhor Fortier lhe disse: “Eis o que é bem mais extraordinário: Não apenas se faz girar uma mesa, como também se consegue fazê-la falar. Pergunta-se e ela responde”. Ao que Rivail respondeu: “Eu crerei quando vir, e quando
me provar que uma mesa dispõe de cérebro para pensar, nervos para sentir, e que se pode tornar sonâmbula, até isso se dê, dê-me permissão de não enxergar nisso senão uma fábula para provocar sono”.
A segunda vez foi em 1855 encontrou o Senhor Carlotti, amigo de longa data que falou sobre esses fenômenos com eloqüência. Foi ele que falou pela primeira vez sobre a intervenção dos espíritos nos fenômenos e vaticinou com acerto: Você virá a ser, um dia, um dos nossos.
A Terceira vez foi um pouco depois, em maio do mesmo ano esteve na casa da senhora Roger que era sonâmbula, e aí encontrou o Sr. Fortier que era seu magnetizador. Sr. Patier e a senhora Plainemaison, que voltaram a me falar novamente desses fenômenos, convidara-me para ir assistir às experiências na casa da Sra. Plainemaison, acertaram para as 8 horas da noite.
Foi a primeira vez que assistiu aos fenômenos. Que eram relatados por todos, as mesas que giravam e alguns ensaios de escrita mediúnicas em ardósia, contando-se com auxílio de cestas. Não estava convencido, mas soube reconhecer que nos fenômenos que via devia haver uma causa. Percebeu que debaixo da brincadeira havia algo sério que valeria a pena investigar.
Nessas reuniões conheceu a família Baudin. O senhor Baudin o convidou para participar das reuniões em sua casa, para as quais ele tornou-se assíduo.
“Aí foi que iniciei os meus estudos sérios em Espiritismo. Menos ainda devido a revelações do que pelas observações. Sujeitei essa nova ciência, como o fazia a tudo, ao método da experimentação; jamais formulei teorias preconcebidas; observava
acuradamente, comparava, tirava conseqüências; procurava, pelos efeitos, atingir as causas através da dedução, pelo encadear lógico dos fatos, não aceitando como válida uma explicação, a não ser quando ela possa resolver as dificuldades da questão. Procedi sempre assim em meus trabalhos anteriores, desde os meus quinze e dezesseis anos. Aprendi, desde o início, a gravidade da exploração que ia realizar. Percebi nesses fenômenos a chave do problema tão obscuro e tão discutido do passado e do futuro, a solução que em tôda minha vida andara procurando; em uma palavra, era uma total reviravolta nas idéias e nas crenças; necessário, pois, era agir circunspecta e não levianamente, ser positivista e não idealista, para não permitir que as paixões”. me arrastasse”.
“Das primeiras conclusões de minhas observações foi constatar que os espíritos, sendo apenas as almas dos homens, não possuíam, nem a soberana sabedoria, nem a soberana ciência; seu saber era adstrito ao grau de sua evolução; e que a opinião que
emitissem tinha apenas o valor de uma opinião pessoal. Esta verdade, desde o início reconhecida, evitou-me a acreditar na infalibilidade dos espíritos e defendeu-me de formular teorias antecipadas baseadas na opinião de um só ou alguns”.
Lhe foi falado pela primeira vez de sua missão
Em 1856, a 30 de abril, em casa do Sr. Roustan, a médium Srta. Japhet, utilizando-se da "cesta", transmitiu a Rivail a primeira revelação positiva da missão que teria de desempenhar, de fato mais adiante, em circunstâncias diferentes, seria confirmado, e
com mais clareza, por outros médiuns. É uma página emocionante da história da vida de Rivail. Humilde, sem compreender a
razão de sua escolha para missionário-chefe, de uma doutrina que revolucionaria os pensamentos científicos, filosóficos e religiosos, pareceu duvidar. Mas o Espírito da Verdade lhe respondeu: "Confirmo o que foi dito, mas recomendo-te discrição, se quiseres sair-te bem. Tomarás mais tarde conhecimento de coisas que te explicarão o que ora te surpreende. Não esqueças que podes triunfar, como podes falir. Neste último caso, outro te substituiria, porquanto os desígnios de Deus não assentam na cabeça de um homem”.
E à imitação da Virgem Maria, Rivail elevou uma prece ao Criador, nestes termos:"Senhor! Pois que te dignaste lançar os olhos sobre mim para cumprimento dos teus desígnios, faça-se a tua vontade! Está nas tuas mãos a minha vida; dispõe do teu servo.
Reconheço a minha fraqueza diante de tão grande tarefa; a minha boa-vontade não desfalecerá, as forças, porém, talvez me traiam. Supre a minha deficiência; dá-me as forças físicas e morais que me forem necessárias. Ampara-me nos momentos difíceis e,
com o teu auxílio e dos teus celestes mensageiros, tudo envidarei para corresponder aos teus desígnios". Tinha como protetor familiar o Espírito Zéfiro e seu Guia Espiritual se denominava A Verdade.
Este espírito superior comunicou-se com ele em 12 de junho de 1856, ajudou Kardec a compilar o Livro dos Espíritos, com ele revisando-o sempre que necessário. Kardec ao ver confirmado sua missão orou: Reflexões em torno do pensamento de Kardec – Seu Imenso preparo humanístico
Vimos à saciedade, no primeiro volume, que H. L. D. Rivail tivera uma formação humanistica e humanitarista à altura das exigibilidades das ingentes tarefas que lhe foram cometidas pelo Alto. É intuitivo, ademais, que na Espiritualidade Superior e em vidas pregressas ele se investira de quantas qualidades intelectuais e morais lhe adornavam o Espirito. Era tão evoluido em sabedoria e amor, que os Invisiveis o qualificam de Apóstolo da Fé, Pontífice da Luz, Lúcido Apóstolo de Jesus. Operando, no entanto, no campo vasto da Codificação do Espiritismo, Allan Kardec sofria as compreensíveis limitações que a condição humana, segundo leis invioláveis, impõe àqueles que vestem a indumentária carnal. Instruído e educado na escola de Pestalozzi, haurindo as idéias, pensamentos e ensinos mais avançados, reservados à juventude do primeiro quartel do século XIX, na Suiça e na França;
Familiarizando-se com o magnetismo e o sonambulismo, por cerca de trinta e cinco anos;
Exercendo o magistério elaborando manuais didáticos, traduzindo livros, sofrendo insucessos empresariais; Submetendo-se ao exercício profissional em diferentes empregos, para assegurar a própria subsistência. Dedicando-se à escrituração de livros contábeis; instruindo gratuitamente os menos aquinhoados estudantes de Paris, produzia sempre, avançava nos próprios estudos e aprimorava seus recursos intelectuais e morais. Não descera à Crosta Planetária como potentado, nem se lhe reservara privilégio algum, para cumprir uma das mais excelsas missões, por delegação do Cristo de Deus, de que se tem noticia nos fatos da história, em todos os tempos. Ao contrário, teria de ombrear com os seus irmãos em Humanidade, não somente com os que ele, mais adiante, sinceramente chamaria de "Caros Irmãos Espíritas"; deveria conhecer, juntamente com sua esposa - Amélie


Intensivo aproveitamento do tempo

Espirito consciente e responsável, aceitando solenemente o encargo que lhe fora confirmado pelo Espírito Verdade, medindo num relance todas as conseqüências da decisão livremente tomada, doou-se à sublime realização em perspectiva, buscou a plenitude
da identificação com o Senhor e, conhecendo que o tempo urgia, que não eram tão longos os anos de vida física disponíveis para tudo preparar, organizar e fazer entregou-se ao trabalho difícil e penoso, por quatorze anos consecutivos, até à desencarnação.
O Espiritismo foi - como escreveria mais tarde - "a obra da minha vida".
“Quase não dormia. Sua vida de 1855 em diante, girava em torno do espiritismo, com ele dividindo seu tempo, as suas energias, o seu saber, o seu amor. Centralizava em si todo o Movimento, na Terra, pertinente ao Consolador. As linhas de entrosamento eram:
Espírito da Verdade – Kardec - Movimento”.
Em 18 de abril de 1857 traz a lume o Livro dos Espíritos
Kardec em momento nenhum de sua vida permitiu tratamentos que o levassem à condição de dono da verdade. Nunca deixou que o endeusasse. Ele não abdicava de sua condição humana, sujeita a erros e falhas.
“Respeitamos todas as crenças, mesmo a incredulidade, quando ela se respeita o bastante para não ofender as opiniões contrárias”.
“Podemos ter nossa opinião, sustentá-la, discuti-la; mas o meio de nos esclarecermos não é nos denegrindo, processo sempre pouco digno de homens graves e que se torna ignóbil se houver em jogo o interesse pessoal”. O princípio “Fora da caridade não há salvação” Kardec afiançou como o único capaz de solucionar todas as questões de diferenças de idéias. Pois este princípio não pode contrariar senão os adversários do espiritismo e que só tem fé nas suas próprias luzes. “Não basta, escreveu Allan Kardec, que uma idéia seja grande, bela e generosa, é preciso antes de tudo, que seja praticável”. Por varias vezes, devido a conflitos internos, Kardec pensou em se afastar da direção da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Na situação mais grave recebeu do espírito da Verdade a seguinte mensagem; “Quando um mal existe, ele não se cura sem crise; assim é do pequeno ao grande; no indivíduo como nas sociedades; nas sociedades como nos povos; nos povos como é na humanidade. Nossa sociedade é necessária. Quanto a ti, não podes, não deves retirar-te. Não pretendemos entretanto, subjugar o teu livre arbítrio; apenas dizemos que a sua retirada será uma falta que um dia lamentarias, pois entravaria nossos planos.”
Essa questão, Kardec, só respondeu através da Revista Espírita, mas de forma clara e concisa. “(...Dissemos que o verdadeiro objetivo das assembléias religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião em sua acepção nata e verdadeira, é um laço que religa os homens numa comunhão de sentimentos, de princípios e de crenças....)
Continuando. (...Mas o que define o laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é pois, um laço essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que
se rompem à vontade, ou de realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito. O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, como conseqüência da comunidade de vistas e de sentimentos; a fraternidade e a solidariedade,
a indulgência e a benevolência mútuas.) (...É nesse sentido que também se diz: a religião da amizade, a religião da família. Se
assim é, perguntarão, então o espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida senhores. No sentido filosófico, o espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isto, porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de pensamentos,
não sobre uma convenção, mas sobre bases sólidas; as mesmas leis da natureza.)

 

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